Sustentabilidade

Serviço de coleta seletiva de João Pessoa recolhe 5,73 mil toneladas de materiais recicláveis

13/10/2024 | 08:00 | 48

A coleta seletiva de João Pessoa recolheu 5,73 mil toneladas de materiais recicláveis, no período de janeiro a agosto deste ano. O serviço, executado por associações de catadores apoiadas pela Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), contribui para que os materiais não sejam levados ao aterro sanitário. Em vez disso, são reaproveitados pelas indústrias recicladoras na produção de novos produtos.


Do total coletado na Capital, o papel desponta como principal produto, com 2,91 mil toneladas. Em seguida, estão plástico (1,66 mil toneladas), metal (754,4 toneladas), vidro (292,1 toneladas) e borracha (108,1 toneladas).


De acordo com o superintendente da Emlur, Ricardo Veloso, a Autarquia apoia quatro associações de catadores e estimula o crescimento da atividade a partir da busca ativa por doações. As associações são: Acordo Verde, Ascare, Tribo de Judá e Astramares.


“A Emlur disponibiliza às associações, cujos integrantes atuam como agentes ambientais, veículos para coleta, equipamentos de proteção individual, refeições e galpões para o desenvolvimento das atividades. A partir de ajustes legais, as associações poderão emitir nota fiscal de venda dos materiais e, com isso, vamos remunerá-las pelos serviços de coleta, transporte, processamento e destinação final dos materiais recicláveis”, explica o superintendente.


Galpão sustentável – Neste ano, a Emlur iniciou a entrega de novos galpões de coleta seletiva. O primeiro galpão sustentável foi entregue à Associação Acordo Verde, no Jardim Cidade Universitária. O equipamento foi construído com foco na sustentabilidade, com produção de energia solar, reaproveitamento da água, baias para a separação da coleta por tipo de produto, equipamentos para compactação e movimentação de cargas, e acessibilidade para pessoas com deficiência, inclusive com um elevador.


Para a presidente da Associação Acordo Verde, Maria Dionnys Pereira, a entrega do galpão foi um presente. “A gente sofreu muito com o incêndio do galpão, anos atrás”, enfatiza. Segundo ela, a rota de trabalho é feita com uso de dois caminhões, atendendo a região Sul da cidade. Entre os doadores de materiais estão shopping center, hospitais, lojas de telefonia e de autopeças, órgãos públicos e condomínios residenciais.


A logística é simples: o caminhão é descarregado e os resíduos são colocados em esteiras para a separação por cada tipo de resíduo, como papel ou plástico. Em seguida, a triagem é apurada com separação entre papel branco e papelão, por exemplo, explica Maria Dionnys.


“Com a separação, os resíduos são prensados. Para transportar os fardos, nós usamos uma empilhadeira. Depois de compactados, os materiais são vendidos”, afirma a presidente da Associação Acordo Verde. Ela comenta que a arrecadação maior é de papel e papelão, mas os materiais mais rentáveis são os metais.


Família – Entre integrantes da Acordo Verde, há uma família com quatro irmãos trabalhando na atividade. Rosineide Ferreira é um deles. Ela está na Acordo Verde há aproximadamente 15 anos, quando estava desempregada. A agente ambiental conta que gosta de sair de casa para trabalhar, mas afirma que ainda há preconceito de algumas pessoas com o trabalho de coleta seletiva. “Às vezes, há pessoas que não nos tratam bem”.


A irmã dela, Rosilene Ferreira, aponta que também há os doadores que deixam os resíduos separados corretamente para a coleta seletiva. “Nosso trabalho é importante! Se esses materiais como garrafas de plástico forem jogados nas ruas, vão tampar os esgotos e impedir a passagem da água da chuva”, relata.


Melhorias – A presidente da Acordo Verde espera que o trabalho do catador seja visto como uma profissão e uma atividade importante. Ela fez um curso sobre empreendedorismo e, ao final da capacitação, cada participante deveria entregar algo. “O agricultor familiar levou um alimento, o artesão levou uma peça. E eu fiquei pensando no que entregar: pensei no ar mais puro, a conservação dos rios e mares, e o meio ambiente limpo. Todos aplaudiram”, relembra.


Maria Dionnys está montando uma biblioteca no galpão e deseja criar uma sala de aula. “Se Deus quiser, eu vou conseguir. Eu já cursei a educação de jovens e adultos, e meu sonho é ver todos os catadores sabendo ler e escrever”, disse, esperançosa.

A população pode aderir à coleta seletiva pelos telefones 3213 4237 e 3213 4238 e pelo aplicativo João Pessoa na Palma da Mão. Outra opção é pelo site da Prefeitura de João Pessoa, na plataforma Prefeitura Conectada, no endereço https://joaopessoa.1doc.com.br/b.php?pg=wp/wp&itd=10

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